Um levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelou que mais de 21,4 milhões de brasileiras com 16 anos ou mais foram vítimas de algum tipo de violência nos últimos 12 meses. O número representa 37% da população feminina e é o maior índice já registrado na série histórica da pesquisa, iniciada em 2017.
Entre os principais tipos de violência relatados pelas vítimas estão:
- Ofensas verbais (31%)
- Agressões físicas (17%)
- Ameaças de agressão (16%)
- Stalking (perseguição obsessiva) (16%)
- Abuso sexual ou coerção para relações sexuais (10%) – o que representa mais de 5,3 milhões de mulheres.
Outro dado alarmante é que 91% das vítimas sofreram violência na presença de terceiros, como amigos ou familiares. Além disso, os principais autores das agressões são companheiros atuais (40%) ou ex-companheiros (26,8%).
Apesar dos números alarmantes, 47% das mulheres vítimas de violência não tomaram nenhuma atitude em relação à agressão. Apenas uma pequena parte procurou apoio em órgãos oficiais do sistema de Justiça. Especialistas apontam que o medo, a dependência financeira e a falta de acolhimento por parte do Estado são alguns dos fatores que impedem as vítimas de denunciarem os agressores.
A pesquisa também destacou que, das mulheres agredidas com armas de fogo, uma em cada três já havia denunciado violência doméstica antes do crime ocorrer. Esse dado reforça a necessidade de políticas públicas mais eficazes para proteger vítimas e prevenir feminicídios.
Diante desse cenário, organizações de defesa dos direitos das mulheres reforçam a importância da denúncia e do acesso a redes de proteção, como a Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, que funciona de forma gratuita e sigilosa.