Estou a tomar um bom café, a mesa hoje farta contém; broa de melado, queijo da roça, biscoito de nata e leite… felicidade para o corpo que outrora faltava à mesa quando pequeno, mas sempre tivemos boa prosa, calor humano da família reunida, o que mais faz falta, seja pela distância ou a falta dos que partiram.
Mais cedo, sai da loja e dei uma volta pelo centro e cumprimentei artistas como eu, em outros dias — na juventude. Tempos que me orgulho, apesar das dificuldades, tanto financeiras quanto de aceitação, falta de incentivo até dentro da própria família, críticas negativas, entre tantas outras pela carreira artística a qual abracei por amor. O centro todo enfeitado, ornamentado a caráter “POUSO DA TROPA”, stands artísticos, música ao ar livre, crianças a brincar, como é bom sentir essa harmonia entre as pessoas em clima de festa.
Ibatiba por si só já é festa, podemos ver pelo conto dos antigos, o trabalho na lida era árduo, mas tinha música, e sim, festa a cada “pouso da tropa” ou “pouso do tropeiro” que dizem — era a parada para descanso das tropas e tropeiros, paravam em um ambiente simples, aconchegante, e tinham uma interação entre camaradas e amigos à base de músicas típicas, danças e muita prosa…
As mercadorias importadas e alimentos eram trazidos e levados de Ibatiba no lombo de mulas que cortavam várias trilhas capazes de integrar diferentes pontos do Estado: O Caminho dos Tropeiros, Estrada do Real. Quando não aproveitavam as estradas há muito tempo abertas pelos índios, os tropeiros tinham o trabalho de desbravar a mata virgem para a criação de novas rotas.
Quando haviam as paradas das tropas para descanso, os tropeiros comiam feijão quase sem molho, evitando assim que estragasse facilmente, com pedaços de carne de sol e toucinho que são originários da cozinha mineira, sendo por esse motivo denominado “feijão tropeiro”, deixo aqui essa curiosidade, pois o “feijão tropeiro” ibatibense é uns dos pratos que mais gosto.
Foi o que obtive, nesta tarde maravilhosa! Cultura e mais cultura. Com pessoas maravilhosas, estes fazedores de cultura, artistas, cada um em sua área; gastronomia, artesãos, pintores, tecelãs, mestres cervejeiros, cantores, escritores, produtores de café, produtores de arboricultura e outros. Muita arte e sorriso…é assim que se faz arte de verdade…com amor e carinho… Não podia faltar a beleza natural, primordial que encanta cada lar de nossa terra em telas e jardins… as famosas rosas, flores, orquídeas e suculentas… Que como disse me fez voltar ao passado, no começo de minha trajetória, já disse? — Entre sorrisos e artes!
As artes referem-se à teoria e expressão física da criatividade, encontrada nas sociedades e culturas humanas. Das categorias de tipos de arte classificadas, as principais são: Visuais: desenho, pintura, cinema, arquitetura, cerâmica, escultura e fotografia; Literárias: drama, poesia e prosa. Entre tantas, e nossa cidade Ibatiba é rica neste quesito. Em cada loja, em cada cidadão se senti e se inspira arte. O que se é mais precioso que nossas origens, isso é cultura, precisamos preservar e compartilhar com o mundo, como alguns fazedores de cultura ibatibenses veem fazendo ao longo de suas trajetórias.
Como artista a arte vem servindo para expressar meus sentimentos, pensamentos e convicções sobre essa terra maravilhosa rica em pintura, artesanato, música, literatura, dança e arquitetura. Venho vendo uma grande harmonia entre cultura e turismo. E vislumbrando um despertar do TURISMO-CULTURAL com criação de um vínculo entre essa riqueza divergentes, diferentes e abrangentes em nossa terra.
A cultura tem valor e importância. O artista também em suas variadas áreas e vai muito além do entretenimento. Seu papel é fundamental para o desenvolvimento intelectual, formação de opinião, inclusão social, educação e por fim, é a forma mais incrível de fazer com que as pessoas enxerguem o mundo com uma outra visão.