Vitória (ES) – Nesta sexta-feira (04), é lembrado o Dia Nacional do Portador de Parkinson, data voltada à conscientização e ao incentivo de debates sobre essa doença neurológica progressiva, que afeta majoritariamente a população idosa. Em meio ao aumento da expectativa de vida dos brasileiros, cresce também a demanda por tratamentos especializados e de alta complexidade.
Diante desse cenário, o Hospital Estadual Central (HEC), em Vitória, tem se consolidado como referência no tratamento da Doença de Parkinson, com destaque para a oferta da cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda (DBS) — técnica de ponta que vem transformando a vida de pacientes.
A iniciativa conta com o apoio financeiro do Governo do Estado, por meio da Secretaria da Saúde (Sesa), e permitiu a ampliação da oferta do procedimento, realizado exclusivamente na rede pública estadual pelo HEC. Por se tratar de uma cirurgia complexa, ela exige profissionais altamente especializados e uma triagem rigorosa dos pacientes.
Cirurgia transforma a vida dos pacientes
A médica neurologista Lorena Broseghini Barcelos, especialista em estimulação cerebral profunda, explica que a técnica é indicada apenas para pacientes com um perfil específico, encaminhados pela rede de saúde e avaliados por uma equipe multidisciplinar. “Os critérios são rigorosos para garantir o maior êxito do procedimento e proporcionar resultados positivos”, destaca a médica.
O procedimento consiste na implantação de eletrodos no cérebro, que atuam regulando as áreas responsáveis pelos movimentos, ajudando a reduzir sintomas como tremores, rigidez muscular e lentidão.
“Já estou passando café sozinho”, diz paciente
A experiência do capixaba Valentim Dalbem, de 62 anos, é um exemplo dos resultados positivos. Ele conta que antes da cirurgia enfrentava dificuldades até para realizar tarefas simples, mas um mês após o procedimento, já notou melhoras significativas.
“Os tremores estão bem devagar e pararam as cãibras. Já estou fazendo almoço sozinho, passando café”, relatou. O filho, Mateus Dalbem, que acompanha de perto a recuperação, ressaltou a melhora na qualidade de vida e a possibilidade de redução da medicação. “Ele tomava até 30 comprimidos por dia. Desde a cirurgia, não vi ele tremendo nenhuma vez”, contou.
Sobre a Doença de Parkinson
A Doença de Parkinson é uma enfermidade neurológica degenerativa, caracterizada por tremores, rigidez muscular, desequilíbrio e alterações na fala e na escrita. Ela ocorre devido à degeneração de células cerebrais na região da substância negra, responsáveis pela produção de dopamina, neurotransmissor essencial para o controle dos movimentos.
A queda nos níveis de dopamina resulta nos sintomas motores típicos da doença, que tende a piorar progressivamente com o tempo.