Fiquei muito feliz ao ver a confirmação da presença da nobre amiga acadêmica escritora e presidente em vigência de mandato da Academia de Letras e Artes de Venda Nova do Imigrante – ES (ALAVENI), arcádia esta que tenho a honra de fazer parte como membro correspondente, para minha entrevista desta semana, nos conhecemos através desta paixão pela arte de escrever.
Em nossa convivência que é de pouca data, posso ressaltar que ela além de ser uma funcionária pública aposentada, que enfrentou desafios e contribuiu para a justiça, é mãe, e uma mulher forte, determinada, carismática, muito prestativa. Vim conhece-la melhor através de suas duas obras — Quatro Cantos: Ainda não contei tudo e REVELAaÇÕES: Contando os Quatro Cantos — que relatam sua vida profissional e de quebra nos dá umas dicas para entender mais esta mulher que de fato é multifacetada, que abraçou a vida e se dedicou com empenho, amor e carinho por tudo que faz e por todos que a rodeiam… Esta é mais uma das escritoras capixabas que tenho orgulho de apresentar a você, leitor.
Antes de continuarmos a matéria, gostaria de ressaltar o papel do escritor capixaba na literatura nacional e internacional, deixando uma pergunta essencial para darmos início: Se você é capixaba, conhece algum escritor ou escritora da sua cidade?
Um pouquinho de Ireni: nasceu no dia 25 de maio de 1958, no interior de Domingos mastins. Formada em Serviço Social, Perita Oficial Aposentada, serviu a Instituição Policial por 36 anos, escritora e autora de 02 livros: Quatro Cantos – Ainda não contei tudo REVELAaÇÕES – Contando os Quatro Cantos, 01 Antologia e atualmente é Presidente da Academia de Letras e Artes de Venda Nova do Imigrante/ES-ALAVENI.
VANDERLEI: Qual das suas “escritas” lhe define?
IRENI: As duas. Uma é o complemento da outra. Minha carreira dentro da Instituição Policial do Estado do Espírito Santo me proporcionou muitas histórias fascinantes, e há algum tempo, decidi compartilhar algumas histórias com o público.
Quatro Cantos – Ainda não contei tudo: explorando histórias não reveladas e impulsionada por essa experiência, dei vida ao meu segundo livro e REVELAaÇÕES – Contando Quatro Cantos.
PRIMEIRA OBRA: o livro “QUATRO CANTOS – AINDA NÃO CONTEI TUDO”
Publicado em 2021
Autora: Ireni Peterle Brioschi
EDITORA ABOVE
Sinopse:
“Quatro Cantos” relata acontecimentos da vida profissional, vividos em tempos difíceis que foram superados e ajuntados à alegria de atuar na profissão. São belíssimas crônicas em registro simples de boas lembranças e de fatos acontecidos narrados pela própria escritora, dentro do seu universo de observação.
Fatos emocionantes, dolorosos e tristes, bem humorados e descontraídos, quando ainda se usava viaturas de duas portas, máquinas de escrever e um simples 38 na cintura.
Ler este livro é voltar ao tempo, vivenciar um sonho e carinhosamente sentir a força de uma vida inteira através de suas páginas.
SEGUNDA OBRA: o livro “REVELAaÇÕES – CONTANDO QUATRO CANTOS”
Publicado em 2024
Autora: Ireni Peterle Brioschi
EDITORA REVIDREAMS
Sinopse: Assim como em “Quatro cantos”, no qual a autora não contou tudo, Ireni dá vida literária a fatos reais, vivenciados profissionalmente, em seu novo livro REVELAaÇÕES, cujo título denota o que o leitor observará em cada história: muitas ações reveladas. Nesta pela obra, a autora conta os Quatro Cantos, com riqueza de detalhes, mas de forma sutil, cada página revela agruras e durezas. O livro também revela os laços das boas amizades assim como muitos momentos memoráveis.
Em RELEVAaÇÕES os amantes da boa leitura terão oportunidade de conhecer os Quatro Cantos e, certamente, sentir-se-ão sensibilizados diante de cada detalhe relevados neste novo livro.
VANDERLEI: O que inspirou o título de suas obras?
IRENI: Meu trabalho como Perita Oficial Criminal dentro da Instituição Policial.
VANDERLEI: Como você constrói seus personagens e seu enredo?
IRENI: Os personagens e enredos das minhas histórias são totalmente baseados em experiências reais vividas durante minha atuação como Perita Oficial Criminal na Polícia Civil. Cada personagem é construído com base nas pessoas que conheci, nas situações que enfrentei e nas investigações que conduzi.
VANDERLEI: Com sua experiência de agora, o que você diria a um escritor que quer publicar seu primeiro livro?!
IRENI: Eu diria para acreditar no próprio trabalho e não desistir diante dos desafios. Escrever é um ato de coragem e publicar o primeiro livro exige determinação. Não tenha medo de revisitar o texto, de reescreve-lo, se necessário, e de aceitar sugestões construtivas.
Busque apoio de pessoas experientes no meio literário, como revisores, editores e até outros escritores. Além disso, prepare-se para divulgar sua obra, pois ela precisa chegar ao público. Acima de tudo, confie na sua voz única como autor e tenha orgulho de compartilhar sua história para o mundo.
VANDERLEI: Deixo um pequeno aviso, para publicar um livro, é preciso considerar de fato vários fatores, como ajuda profissional qualificada por exemplo editoras, e prestar muita atenção se são idôneas, no mercado a muita competição e também golpes…
VANDERLEI: Você tem um alvo para alcançar com seus livros?
IRENI: Meu principal objetivo com meus livros é compartilhar histórias que inspirem reflexão, provoquem emoções e transmitam mensagens relevantes. Como escritora, busco preservar a memória dos acontecimentos marcantes, revelar complexidade do ser humano e mostrar a realidade de uma vida dedicada à investigação criminal. Quero que meus leitores, se sintam envolvidos, que pensem sobre justiça, empatia e resiliência, e que percebam a importância de enxergar além das aparências. Meu alvo, é alcançar o coração e a mente de quem lê, deixando um impacto duradouro por meio da força das palavras.
VANDERLEI: Conte-me a respeito da sua inspiração para escrever!
IRENI: Minha inspiração para escrever vem, principalmente da vida real. Durante minha atuação como Perita Oficial Criminal, vivi histórias que marcaram profundamente minha trajetória, tanto profissional, como pessoal. Esses casos, com suas complexidades, emoções e desafios, são uma fonte inesgotável de reflexões e narrativas. Além, disso, encontro inspiração nas pessoas que cruzam meu caminho, nos valores que carrego e no desejo de dar voz a história que merecem ser contadas. Escrever para mim, é uma forma de transformar experiências em algo que possa tocar, ensinar e envolver os leitores.
VANDERLEI: Quem é Ireni por Ireni?
IRENI: Ireni, por Ireni, é uma mulher multifacetada, que abraça cada papel de sua vida com paixão e dedicação. Sou uma funcionária pública aposentada, que dedicou 36 anos ao Estado do Espírito Santo, tanto na área administrativa, como Policial, enfrentando desafios e contribuindo para a justiça. Como esposa, mãe e avó, encontro nas relações familiares minha base e meu maior orgulho. Escritora por vocação, transformo vivencias e memórias em narrativas que emocionam e provocam reflexão.
Além disso, sou voluntária, engajada em causas que fazem a diferença na vida das outras pessoas. Amo me manter ativa, participando de atividades físicas e de um grupo de dança, que me traz alegria e energia. Apaixonada por viajar, tive o privilégio de conhecer 16 países e quase todas as regiões do Brasil, enriquecendo minha bagagem cultural e ampliando minha visão do mundo. Essa é Ireni: Inquieta, curiosa, resiliente e sempre em busca de novos horizontes.
VANDERLEI: Como definem Ireni?
IRENI: As pessoas costumam me definir como uma mulher determinada, resiliente e comprometida com tudo o que faz. Reconhecem em mim a dedicação com que abracei minha carreira como Perita, minha paixão pela escrita e meu envolvimento com projetos que impactam positivamente a comunidade. Costumam dizer que sou disciplinada, curiosa e aberta a novos aprendizados, além de generosa e sensível nas relações humanas.
Também sou vista como uma pessoa enérgica e alegre, que valoriza a vida em movimento, seja por meio de viagens, atividades físicas ou da dança. Para muitos, sou uma inspiração por conseguir equilibrar tantas facetas – Esposa, mãe, avó, escritora e cidadã ativa – sempre com entusiasmo e amor pelo que faço.
VANDERLEI: Qual a parte mais fácil e a mais difícil da escrita para você?
IRENI: A parte mais fácil da escrita pra mim é narrar as histórias com base nas experiências reais, que vivi, especialmente durante minha carreira de Perita Oficial Criminal. Transformar casos marcantes em narrativas detalhadas e autênticas flui naturalmente, pois são memórias vividas e emocionais que carrego comigo. Além disso, o ato de escrever é uma paixão, e isso torna o processo prazeroso.
Já a parte mais difícil é lidar com a carga emocional de reviver certos acontecimentos. Alguns casos, foram intensos e deixaram marcas profundas, e ao escrevê-los, muitas vezes preciso pausar para processar as lembranças. Outro desafio é encontrar equilíbrio entre a fidelidade aos fatos e a construção de uma narrativa envolvente, sem perder o impacto ou o respeito pela realidade.
VANDERLEI: Gênero favorito de escrever? E o para ler?
IRENI: Meu gênero favorito são crônicas policiais ou narrativas baseadas em fatos reais. Gosto de explorar a complexidade dos casos criminais, trazendo à tona mistérios, investigações e o impacto emocional das histórias. Minhas experiências como Perita influenciaram diretamente minha escrita. Consigo oferecer autenticidade e profundidade aos relatos.
Já para ler aprecio todos os tipos de leitura, desde que o livro me prenda, meu gosto é bastante amplo.
VANDERLEI: Um livro marcante? Um de cabeceira?
IRENI: Todos de Jorge Amado, sem exceção. Livro de cabeceira a Bíblia Sagrada.
VANDERLEI: Há quanto tempo você abraça a escrita? Quem lhe inspirou?
IRENI: Há quatro anos. A vida cotidiana.
VANDERLEI: Inspirações!
IRENI: Jorge Amado, Guimarães Rosa, Cecilia Meirelles, entre tantos outros escritores nacionais e internacionais.
VANDERLEI: Pretende continuar na literatura? Pensa em nova obra?
IRENI: Pretendo. Estou trabalhando na produção de dois novos livros.
VANDERLEI: Ansioso para ler…
VANDERLEI: Qual livro você está lendo agora?
IRENI: O mundo de Sofia. (Jostein Gaarder).
VANDERLEI: Para quem não conheceO Mundo de Sofia é um romance como uma introdução filosófica… foi publicado em 1991, escrito originalmente em norueguês, mas já foi traduzido para mais de 60 línguas, e teve sua primeira edição em português em 1995…
VANDERLEI: Como despertar o interesse em adquirir o livro físico, se um e-book custa menos da metade do preço de um livro?
IRENI: O livro físico oferece uma experiência sensorial única, com o prazer de tocar as páginas e o cheiro do papel, que os e-books não proporcionam. Além disso, ele pode ser valorizado pelo design, edições especiais e a exclusividade dos autógrafos. Livros físicos também tem o valor como itens de coleção, presentes e decoração. O livro físico agrega valor emocional e simbólico que muitos leitores apreciam.
VANDERLEI: Como você lida com críticas negativas!
IRENI: Lido com as críticas negativas buscando aprender com elas.
Analiso o que é construtivo, ajusto o necessário e descarto o que é irrelevante. Vejo como uma oportunidade de crescimento, mantendo sempre a calma e a autoconfiança.
VANDERLEI: Para terminar uma palavra para expressar:
VANDERLEI: O coração de Ireni?
IRENI: Amor
VANDERLEI: A mente de Ireni?
IRENI: Sabedoria
VANDERLEI: A vontade de Ireni?
IRENI: Determinação
VANDERLEI: O futuro para Ireni?
IRENI: Realização
“Sim, o princípio da sabedoria é: adquira a sabedoria; sim, com tudo o que você possui, adquira o entendimento” (Provérbios 4:7)
Ótima entrevista com Ireni, parabéns. Lição p vida palavras dela “Lidar com as críticas negativas e aprender com elas”
nem todos pensam assim,
Irene é de fato uma grande mulher, sempre prestativa, acolhedora, e firme em seus propósitos. Parabéns!! Vc merece colher os louros da vitória, sucesso!!
Antes mesmo de ler seus livros eu sempre notei que Ireni era uma mulher amorosa e combativa, além de determinada a alcançar seus objetivos, sem que os percalços, as maldades e vicissitudes próximas, a transformasse em uma pessoa rancorosa e desiludida. Queria e conseguiu ser vitoriosa no lugar que o mundo lhe reservou e viu neste lugar a existência do ser humano nas suas mais profundas mazelas, qualidades e verdades. Seus livros a consagraram e ajudaram a mostrar, às pessoas leigas, às dificuldades enfrentadas pelos policiais, sem preconceito. Os policiais civis foram mostrados como heróis na execução de seus ofícios e/ou no mínimo, foram vistos na leitura atenta, como seres humanos que lutam para suprir às deficiências da corporação, com seus próprios recursos ou melhor com o amor que falta aos governantes, fazendo das tripas coração, com compreensão até com os “bandidos” , nossos irmãos, marginalizados da sociedade. Contribuiu muito para mostrar como é difícil e quase impossível ter resultados positivos numa operação policial completamente sem estrutura e sem recursos materiais e humanos. Enfim, uma polícia civil do século passado ou retrasado.