Washington, D.C (EUA) – O avanço na redução da pobreza extrema está estagnado há pelo menos 15 anos, e o futuro preocupa. Um novo relatório do Banco Mundial, divulgado nesta sexta-feira (26), alerta que os conflitos armados e a instabilidade política estão empurrando milhões de pessoas para a miséria em diversos países.
De acordo com o levantamento, 39 economias são classificadas atualmente como afetadas por conflito ou instabilidade. Elas abrigam hoje mais de 420 milhões de pessoas vivendo com menos de US$ 3 por dia, o que representa menos de 15% da população global, mas concentra mais da metade das pessoas em extrema pobreza no mundo.
A projeção para 2030 é ainda mais preocupante: cerca de 435 milhões de pessoas nessas regiões viverão em extrema pobreza, o equivalente a 60% dos extremamente pobres do planeta.
O Banco Mundial destaca que essas economias estão se tornando o epicentro da pobreza e da insegurança alimentar global, especialmente devido ao aumento da frequência e da intensidade dos conflitos armados. Em países em guerra, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita pode cair até 20% após cinco anos de conflito.
Desde 2020, o PIB per capita encolheu 1,8% ao ano nesses países, enquanto nas demais economias em desenvolvimento houve crescimento médio de 2,9% ao ano. Além disso, a expectativa de vida nesses países é sete anos menor e os níveis de escolaridade são até seis anos inferiores.
O Banco Mundial aponta que a redução da pobreza estagnou desde meados da década de 2010, e pede reformas nacionais combinadas com um engajamento global coordenado e de longo prazo. A ideia é enfrentar as causas profundas dos conflitos, como injustiças e exclusão social, e promover investimentos em setores como educação, saúde, agricultura e turismo, que podem gerar empregos e melhorar a qualidade de vida da população.