Gaza (Palestina) – A maioria das 875 pessoas mortas nas últimas semanas na Faixa de Gaza estava tentando obter alimentos. De acordo com o Escritório de Direitos Humanos da ONU, até o dia 13 de julho, essas mortes ocorreram em filas ou pontos de distribuição de comida, em sua maioria administrados pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF), com apoio dos Estados Unidos e de Israel.
O porta-voz Thameen Al-Kheetan, em pronunciamento feito nesta terça-feira (16), em Genebra, afirmou que pelo menos 674 dessas mortes aconteceram nas imediações de centros da GHF. Outras 201 vítimas morreram enquanto buscavam alimentos em rotas de comboios humanitários organizados pela ONU ou por parceiros locais.
A tragédia se intensificou após o início das operações de distribuição no sul da Faixa de Gaza, em 27 de maio. Na última segunda-feira (15), agências de notícias relataram que o Exército israelense atirou contra civis que aguardavam comida na área de As Shakoush, no noroeste de Rafah, por volta das 9h da manhã, no horário local.
Dois dias antes, profissionais de saúde relataram ter atendido mais de 130 pacientes, sendo que a maioria apresentava ferimentos por disparos de arma de fogo. Todos os que puderam relatar suas experiências afirmaram que estavam em busca de alimentos nos centros de distribuição.
A Agência da ONU para Refugiados Palestinos (Unrwa) também expressou preocupação com o aumento de mortes de civis em busca de comida, ao mesmo tempo em que há registros crescentes de crianças vítimas de desnutrição grave na região.