Uma onda de frio extremo tem atingido Chile e Argentina nas últimas semanas, trazendo geadas severas, danos à agricultura e queda de neve em regiões onde o fenômeno é raro. A temperatura mais baixa registrada foi de -16ºC na Patagônia, colocando a região entre os locais mais frios do planeta em 30 de junho — excluindo as zonas polares.
De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), a região sul da América do Sul sofre impactos sociais e econômicos significativos devido ao evento, causado pela presença de um anticiclone de origem polar, que se estendeu até Paraguai e Uruguai.
No Chile, cidades como Temuco (-7,9°C), Puerto Montt (-8,1°C) e Chillán (-9,3°C) registraram recordes de temperatura. Já na Argentina, províncias como Chubut e Neuquén anotaram mínimas próximas ou inferiores a -9°C, enquanto na Patagônia e Cuyo os termômetros marcaram até -16ºC.
Nevascas raras surpreenderam cidades como Mar del Plata, Córdoba e áreas do Vale de Calamuchita, além de regiões do Deserto do Atacama, no Chile — considerado o lugar mais seco do planeta. A neve chegou até o Observatório Alma, a 2.900 metros de altitude, algo que não ocorria há mais de uma década.
A produção agrícola também foi afetada. Cultivos sensíveis em vales agrícolas do centro do Chile e norte da Patagônia sofreram com as geadas, principalmente nas plantações de frutas e culturas de inverno.
Mesmo diante do frio intenso, graças aos sistemas de alerta antecipado, não houve registro de vítimas. O Chile, por exemplo, declarou Alerta Preventivo nas regiões mais afetadas. Já na Argentina, Buenos Aires, Córdoba e Santa Fé emitiram alertas amarelos.
Contudo, o frio intenso também provocou acúmulo de poluentes no ar, prejudicando a qualidade do ar em cidades como Santiago, Rancagua e Talca.