Brasília (DF) – Após cumprir a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) e instalar uma tornozeleira eletrônica, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que as medidas impostas contra ele representam uma “suprema humilhação”. A declaração foi feita na saída da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, onde o equipamento foi colocado nesta terça-feira (16).
Bolsonaro desceu do carro para falar com a imprensa, negou qualquer intenção de fugir do país ou de buscar refúgio em embaixadas e afirmou: “Sair do país é a coisa mais fácil que tem”.
A decisão do ministro Alexandre de Moraes que impôs as medidas cautelares foi motivada, entre outros fatores, pelo risco de fuga. O passaporte de Bolsonaro foi apreendido em fevereiro, no contexto do avanço das investigações sobre a suposta tentativa de golpe de Estado, atribuída à sua liderança.
— A suspeita [de fuga] é um exagero — disse Bolsonaro. — O inquérito do golpe é um inquérito político, nada de concreto existe ali. O julgamento, espero que seja técnico e não político. Nunca pensei em sair do Brasil, nunca pensei em ir para embaixada — completou.
Questionado sobre o motivo das medidas, o ex-presidente alegou: “No meu entender, o objetivo é a suprema humilhação”.
Bolsonaro também comentou a apreensão de US$ 14 mil e R$ 8 mil em espécie em sua casa, no Jardim Botânico, em Brasília. Ele afirmou que sempre guardou dólares em casa e que pode comprovar a origem do dinheiro. Sobre um pen drive encontrado no banheiro da residência, declarou: “Não tenho conhecimento”.
Além da tornozeleira, o STF determinou que Bolsonaro deve cumprir recolhimento domiciliar entre 19h e 6h nos dias úteis, e durante todo o tempo nos fins de semana. Ele está proibido de deixar a comarca do Distrito Federal, acessar redes sociais e manter contato com seu filho Eduardo Bolsonaro, embaixadores e representantes estrangeiros.