Por Fernando Machado, CEO da Mooney Edu*
A recente aprovação da Lei nº 15.100/2025, sancionada em 13 de janeiro de 2025, que restringe o uso de celulares e outros aparelhos eletrônicos portáteis nas escolas de educação básica, representa um marco significativo no país. Esta legislação proíbe o uso indiscriminado desses dispositivos durante o período escolar, permitindo a utilização apenas em atividades pedagógicas ou em casos excepcionais, como para alunos com deficiência que necessitam de tecnologia assistiva.
De memes nas redes sociais até compartilhamentos de revoltas por parte das gerações mais jovens, a medida gerou debates sobre a integração da tecnologia no ambiente educacional. Ainda assim, mesmo com todas as nuances envolvidas na decisão, ela oferece uma oportunidade valiosa de – não excluir -, mas repensar o papel das tecnologias nas escolas, entendendo que ele vai além de uma tela de smartphone.
Em vez de encarar a restrição como uma limitação, é possível vê-la como um convite para fortalecer metodologias que promovam o desenvolvimento de competências essenciais nos alunos, como pensamento crítico, autonomia e gestão de recursos. A inovação se estendeu o bastante para que plataformas focadas na real maximização do desempenho dos estudantes fossem estabelecidas e são exatamente elas que devem ter a atenção necessária.
Este é, acima de tudo, um momento importante para que as instituições reavaliem práticas pedagógicas e invistam em metodologias que incentivem a interação, a colaboração e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais. Não se trata apenas de extinguir os celulares e atribuir aspectos negativos aos recursos tecnológicos como um todo, mas investir nas estratégias certas, que tenham um objetivo comum, semelhante ao de todos os docentes.
É possível que as escolas encontrem um equilíbrio entre o manual e o digital, promovendo um ambiente que estimule a aprendizagem ativa e o engajamento dos alunos. A integração de ferramentas responsáveis deve ser feita de forma planejada, garantindo que complementem e potencializem as práticas pedagógicas existentes, sem substituir a interação humana. Com esse apoio, todo o ecossistema educacional pode fomentar um estudo mais atualizado com as demandas e necessidades das novas gerações.
É fato que métodos integralmente convencionais já não funcionam. Por isso, a aprovação da lei que restringe o uso de celulares nas escolas não deve ser definida como um obstáculo, mas como uma chance para entender de que forma a tecnologia pode ser integrada de maneira eficaz e coerente. Ao direcionar esforços para o desenvolvimento de competências essenciais e para a promoção de métodos inovadores, pode-se transformar este desafio em um catalisador para uma educação mais sólida e preparatória para o futuro.