De acordo com o Instituto Água e Saneamento, com base nos dados de 2021, 1.561.233 (38%) de habitantes existentes na região capixaba não possui rede de esgoto, além disso a cidade possui 834.438 habitantes sem coleta de lixo.
Para reverter esse problema, o poder público do Espírito Santos fez um investimento do setor de saneamento no Espírito Santo de R$ 422,9 milhões por ano entre 2005 e 2021, como apontam informações presentes no Trata Brasil.
Qual a situação atual do saneamento básico no Espírito Santo?
Uma amostra do SNIS em 2020, mostra que cerca de 175,5 milhões de pessoas no Brasil são atendidas por um sistema de abastecimento de água completo ou simplificado e 87,28% da população que vive em Vitória é atendida com esgotamento sanitário, frente a média de 62% do estado e 66,95% do país.
A Cesan (Companhia Espírito-santense de Saneamento) publicou recentemente um contrato que visa à melhoria do sistema de abastecimento de água de Guarapari e Anchieta. O contrato, no valor de R$ 2,3 milhões, foi firmado com um Consórcio e tem como objetivo principal evitar a deficiência no fornecimento de água durante a alta temporada nos balneários, quando a demanda aumenta consideravelmente devido ao grande número de turistas que visitam a região.
A valorização imobiliária é um dos benefícios do acesso ao saneamento, que também impacta positivamente na saúde pública, educação e turismo. Em comparativo, considerando dois imóveis situados em bairros similares e que se diferenciam apenas pelo acesso ao saneamento, o que conta com redes de distribuição de água e de coleta e tratamento de esgoto pode ter seu valor médio de aluguel elevado em até 62,5%, segundo estudo do Instituto Trata Brasil.
Como isso tem afetado a saúde da população?
Segundo o Ministério da Saúde, o número de casos de dengue nas duas primeiras semanas de 2024 foi mais do que o dobro do registrado no mesmo período no ano de 2023. Mas o que isso tem relação com o tratamento do esgoto?
A falta de saneamento básico facilita a reprodução do Aedes aegypti, aumentando o risco de epidemias de doenças como Dengue, Zika e Chikungunya, já que o mosquito se reproduz em águas paradas.
De acordo com Almir Camargo, CEO da Desentupidora Hidro Prime: “No início do ano temos um considerável aumento de chuvas nas cidades e devido à falta de limpeza nos bueiros, acontece um enorme número de alagamentos, que acaba acarretando para o aumento de dengue na região”.
A falta de medidas eficazes para aprimorar as condições do saneamento básico intensifica a batalha contra essas enfermidades. Embora a infestação seja generalizada e aconteça em todos os lugares, a incidência de doenças é maior entre a população com cobertura limitada de saneamento básico, devido à ausência de coleta, manejo adequado de resíduos e aumento no número de alagamentos.
Documentos governamentais, como o Programa Nacional de Controle da Dengue, propõem aprimoramentos nas instalações sanitárias residenciais para selar reservatórios de água, negligenciando a implementação efetiva da expansão do fornecimento regular.
No Plano de Contingência para resposta às emergências em saúde pública por Dengue, Chikungunya e Zika do Ministério da Saúde, há alusões genéricas à necessidade de aprimorar o saneamento nos municípios, com foco em aspectos ligados à comunicação e à mobilização social.
Como manter sua casa segura da Dengue, Chikungunya e Zika?
Para manter a casa segura e afastada da Dengue, Chikungunya e Zika, a população deve começar adotando medidas preventivas simples, como eliminar recipientes que acumulem água parada, como pneus velhos e vasos de plantas sem furos.
Manter caixas d’água vedadas, limpar regularmente calhas e evitar o acúmulo de água em bandejas de ar-condicionado,por exemplo, são outras práticas eficazes para incluir no seu dia a dia.
O desentupimento adequado de ralos e privadas também desempenha um papel crucial na prevenção da dengue, pois ralos entupidos podem acumular água, tornando-se potenciais criadouros para o mosquito Aedes aegypti.
Além disso, garantir que as privadas estejam em bom estado e livre de obstruções, evita possíveis vazamentos que podem criar poças propícias à reprodução do mosquito.
Dessa forma, é preciso estar atento a itens pequenos e que podem passar despercebidos. Segundo dados da Desentupidora Hidro Prime itens como papel higiênico e brinquedos estão entre os que mais entopem os esgotos na capital paulista.
Apesar de não resolver completamente o problema, combinar a limpeza de ralos e privadas com outras práticas preventivas é uma forma da população contribuir efetivamente para um ambiente mais seguro e distante da propagação da dengue.