Mais da metade das crianças da Baixada Fluminense com a síndrome congênita do zika vírus não frequentam a escola.
Uma pesquisa capitaneada pela pesquisadora Márcia Pletsch, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, tenta reverter esse quadro a partir de várias frentes de ação.
Além da avaliação dessas crianças e análise da realidade das famílias, a pesquisa desenvolve ações de acompanhamento da escolarização e desenvolvimento nas escolas, focando também na formação de professores, além de avaliar as ações intersetoriais dos municípios.
Um dos motivos para que essas crianças em idade escolar estejam fora do ensino formal, segundo Marcia Pletsch, foi a adoção do ensino remoto em 2020, que acabou se estendendo em alguns locais até meados do ano passado.
Mas, de acordo com a pesquisadora, além de outros problemas, como dificuldades econômicas e de locomoção, também há medo e insegurança por parte das famílias.
Um dos grandes desafios na escolarização das crianças com a síndrome congênita do Zika Vírus, segundo Marcia Pletsch, é pensar ações e políticas nos municípios envolvendo educação, saúde, assistência social, além de secretarias, como as de transporte.
O projeto já criou um aplicativo com 100 atividades para trabalhar a comunicação e ampliar a interação dessas crianças com os familiares e em sala de aula. E também gerou uma formação continuada para mais de 1.400 profissionais de educação que atuam em diferentes redes de ensino do Estado.
As iniciativas para a escolarização dessas crianças reúnem 11 municípios, sendo nove da Baixada Fluminense e dois da região Sul do estado.
A pesquisa é financiada pela Faperj, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro e pelo CNPQ, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.