Servidores da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) sofrem emboscada durante diligência em terra indígena no Pará.
Um servidor foi baleado no tornozelo durante emboscada na noite dessa segunda-feira (4), e encontra-se em observação médica, devendo passar por cirurgia. Ele acompanhava agentes da Polícia Rodoviária Federal para retirada de invasores da Terra Indígena Apyterewa, distante mais de mil quilômetros de Belém, no Pará.
Dois veículos da PRF foram atingidos pelos disparos. Até o momento, ninguém foi preso.
Desde outubro, pelo menos 14 órgãos estatais, incluindo forças de segurança e agentes ambientais, deram início à maior retirada de invasores – posseiros, fazendeiros, madeireiros e garimpeiros – de terras indígenas do Pará. A medida chamada “desintrusão” tem como propósito garantir o direito dos ocupantes tradicionais desses territórios. No último dia 31, esgotou-se o prazo para a saída voluntária dos invasores.
Pelas redes sociais, a presidenta da Funai, Joênia Wapichana, que está participando da COP 28, a Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas, em Dubai, Emirados Árabes, deu uma declaração sobre o ocorrido.
“A Funai, junto com os demais órgãos, estão dando cumprimento a uma decisão judicial. Infelizmente, o que a gente pode ver é que existe muita resistência para se cumprir uma determinação constitucional, que é ter a terra indígena de volta à posse indígena. As autoridades brasileiras, o Estado brasileiro, que tá cumprindo esse dever, está fazendo para que haja justiça aos povos indígenas. Infelizmente há, ainda, pessoas que não entendem e que reagem dessa forma com violência.
Localizada no município de São Félix do Xingu, sudeste paraense, a Apyterewa é, nos últimos 4 anos seguidos, a Terra Indígena que teve a maior área de floresta derrubada na Amazônia, segundo o Imazon, Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia – sendo este um dos principais sinais da presença de invasores na região.
A homologação como área de preservação indígena ocorreu em 2007, reservando 773 mil hectares ao povo Parakanã.
Foto: © FUNAI/Divulgação