Depois que o secretário-geral da ONU, António Guterres, acionou o Conselho de Segurança das Nações Unidas para alertar sobre a situação na Faixa de Gaza, o colegiado convocou uma reunião entre os membros para esta sexta-feira (8), em Nova Iorque.
Esta é a primeira vez que o secretário-geral sentiu a necessidade de utilizar o artigo 99 da Carta das Nações Unidas desde que assumiu o cargo. O trecho diz que “o secretário-geral pode chamar a atenção do Conselho de Segurança para qualquer assunto que, na sua opinião, possa ameaçar a manutenção da paz e da segurança internacionais”.
No documento, Antonio Guterres, alerta para a possibilidade de uma “catástrofe na ajuda humanitária” na Faixa de Gaza. Segundo ele, a região é alvo de constantes bombardeios das Forças de Defesa de Israel e a população está sem “abrigo ou itens básicos de sobrevivência”, o que pode levar, em breve, ao colapso da ordem pública.
Nesta quinta-feira, os ataques do grupo Hamas a Israel completam 2 meses. Na época, 1,2 mil israelenses foram mortos. E desde então, o número de pessoas mortas na Faixa de Gaza por Israel passa dos 16 mil – a maior parte, crianças e mulheres palestinas.
Diante da crise humanitária e da falta de suprimentos em Gaza, o diretor da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom, fez mais um apelo, nas redes sociais, pelo fim do que ele chama de “insensibilidade”.
Segundo Adhanom, mais um hospital em Gaza está prestes a fechar, o Kamal Adwan, na região norte, o que vai “privar milhares de pessoas dos cuidados essenciais”. O diretor da OMS ainda fez um balanço: apenas 14 hospitais funcionam, e de forma parcial. Três estão em funcionamento mínimo e 19 já estão desativados e não fazem mais nenhum atendimento.
Foto: ONU © Juan Seguí Moreno/Flickr