Nos dias atuais, há uma enorme diversidade de dispositivos, plataformas e aplicativos que possibilitam diferentes interações da comunidade escolar, que devem ser analisados com cuidado e critério pelas equipes de gestão e pedagógica da instituição.
Uma instituição escolar que decide fazer uso de recursos tecnológicos em seu dia a dia deve fazer suas escolhas a partir das definições dos objetivos de aprendizagem presentes em seu currículo e Projeto Político Pedagógico.
De acordo com Diego Camacho, estatístico e fundador da TRIEduc Inteligência Educacional, ‘Tendo esse aspecto considerado, o segundo e importante passo é unir a equipe pedagógica em torno da ideia de como os recursos tecnológicos servem apenas como meio para alcançar a aprendizagem pretendida (seja a compreensão de conteúdo ou desenvolvimento de competências e habilidades), mas que é ela ainda a responsável por orientar a sala de aula, colocando o aluno no centro do processo de aprendizagem’.
O fato é que no ambiente escolar há um misto de público: alunos um pouco mais velhos, que hoje cursam o final do ensino médio e o ensino superior, e que apreciam sim usar recursos tecnológicos durante seus estudos, mas ainda os associam a práticas tradicionais, como anotações em papel. Já alunos mais novos, que nasceram na era dos smartphones e tablets, demonstram uma desenvoltura muito maior com a tecnologia e se sentem mais confortáveis em registrar, criar projetos e responder avaliações em plataformas digitais.
Outro aspecto interessante relacionado à tecnologia, que é destacado pelos alunos, é a questão da sustentabilidade ambiental: eles expressam claramente a importância de se usar menos papel, de se produzir menos lixo e de se preservar os recursos naturais.
Diego camacho ressalta que, ‘a tecnologia pode ser usada como um meio para se chegar a determinado objetivo de aprendizagem. Apesar de não haver uma relação direta entre o uso de recursos tecnológicos com a melhora do desempenho dos alunos, contudo, o que pode ser destacado é que com o acesso a recursos como a internet ou plataformas educacionais, os professores têm a oportunidade de “bagunçar” a organização tradicional da sala de aula, sair da frente da lousa e proporcionar aos alunos momentos de maior autonomia, interação e pesquisa, de modo que eles se sintam mais responsáveis pelo seu processo de construção do conhecimento’.
No entanto, cabe ressaltar, que existem benefícios tanto para a equipe de gestão da escola, como para equipe pedagógica e para os alunos, conforme Diego Camacho exemplifica abaixo:
- Para a equipe de gestão da escola, o uso de recursos tecnológicos pode auxiliar na realização de atividades com maior rapidez e organização, seja o acompanhamento do desempenho dos alunos, o controle da assiduidade, a comunicação com a família etc.
- Em relação à equipe pedagógica, vale a pena destacar os benefícios da tecnologia relacionados ao desenvolvimento de novas práticas de ensino – temos hoje recursos que podem fomentar o desenvolvimento de metodologias ativas relacionadas à resolução de problemas e à estruturação de projetos; plataformas que abordam conteúdos de maneira gamificada e trazem para sala de aula um aspecto lúdico; recursos que contribuem com a implementação de uma cultura maker ou “faça você mesmo” – e à diminuição de atividades puramente operacionais pelo professor – como banco de questões, sistemas com planos de aula estruturados, plataformas de avaliação com correção automática etc.
Por fim, para o aluno, a tecnologia em sala de aula pode proporcionar tanto diferentes formas de acesso a conteúdos adequadas, às especificidades de aprendizagem de cada indivíduo (seja por vídeo, áudio, texto, plataforma interativa), como também, diferentes possibilidades de produção autoral, que expressem de maneira eficaz a aprendizagem adquirida.
Natália Fernandes