Os resgates do Tesouro Direto superaram as vendas em R$ 734,7 milhões em janeiro deste ano. De acordo com os dados do Tesouro Nacional, divulgados hoje (23), as vendas do programa atingiram R$ 2,292 bilhões no mês passado. Já os resgates totalizaram R$ 3,027 bilhões, sendo R$ 1,719 bilhão relativos a recompras de títulos públicos e R$ 1,307 bilhão, a vencimentos, quando o prazo do título acaba, e o governo precisa reembolsar o investidor com juros.
Os títulos mais procurados pelos investidores foram os vinculados à inflação (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA), cuja participação nas vendas atingiu 39,6%. Os títulos corrigidos pela taxa Selic (juros básicos da economia) corresponderam a 34,4% do total, enquanto os prefixados, com juros definidos no momento da emissão, foram 26%.
O estoque total do Tesouro Direto alcançou R$ 62,51 bilhões no fim de janeiro, uma redução de 0,3% em relação ao mês anterior (R$ 62,70 bilhões) e aumento de 5,4% em relação a janeiro do ano passado (R$ 59,30 bilhões).
Investidores
Em relação ao número de investidores, 377.421 novos participantes se cadastraram no programa no mês passado. O número total de investidores atingiu 9.578.168. Nos últimos 12 meses, o número de investidores acumula alta de 61,1%. O total de investidores ativos (com operações em aberto) chegou a 1.464.804, aumento de 20,9% em 12 meses.
A utilização do Tesouro Direto por pequenos investidores pode ser observada pelo considerável número de vendas até R$ 5 mil, que correspondeu a 86% do total de 423.013 operações de venda vendas ocorridas em janeiro. Só as aplicações de até R$ 1 mil representaram 68,22%. O valor médio por operação foi de R$ 5.420,03.
Os investidores estão preferindo papéis de médio prazo. As vendas de títulos com prazo entre 1 e 5 anos representaram 56,8% e aquelas com prazo entre 5 e 10 anos, 27,2% do total. Os papeis de mais de dez anos de prazo representaram 16% das vendas.
O balanço completo do Tesouro Direto está disponível na página do Tesouro Nacional.
Captação de recursos
O Tesouro Direto foi criado em janeiro de 2002 para popularizar esse tipo de aplicação e permitir que pessoas físicas pudessem adquirir títulos públicos diretamente do Tesouro Nacional, via internet, sem intermediação de agentes financeiros.
O aplicador só precisa pagar uma taxa para a corretora responsável pela custódia dos títulos. Mais informações podem ser obtidas no site do Tesouro Direto.
A venda de títulos é uma das formas que o governo tem de captar recursos para pagar dívidas e honrar compromissos. Em troca, o Tesouro Nacional se compromete a devolver o valor com um adicional que pode variar de acordo com a Selic, índices de inflação, câmbio ou uma taxa definida antecipadamente no caso dos papéis prefixados. EBC.