São Paulo (SP) – O mercado financeiro brasileiro enfrentou um dia de fortes turbulências após o Supremo Tribunal Federal (STF) avançar com medidas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A preocupação com a possibilidade de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificar retaliações comerciais ao Brasil levou a uma forte queda da bolsa de valores e à valorização do dólar frente ao real.
O índice Ibovespa, principal indicador da B3, encerrou a sexta-feira (18) em queda de 1,61%, aos 133.382 pontos — o menor patamar desde 23 de abril. Com isso, a bolsa acumulou retração de 2,06% na semana e de 3,94% no mês de julho. Apesar disso, ainda mantém alta de 10,89% no acumulado de 2025.
No câmbio, o dólar comercial foi vendido a R$ 5,587, com avanço de 0,73% no dia. Durante a manhã, a moeda chegou a recuar para R$ 5,52, mas inverteu a tendência à tarde, atingindo R$ 5,59 por volta das 15h45. Essa é a maior cotação desde 4 de junho. Na semana, o dólar acumulou alta de 0,72% e, em julho, de 2,82%. No acumulado do ano, a divisa ainda registra queda de 9,59%.
A instabilidade é reflexo direto das tensões políticas e comerciais entre Brasil e Estados Unidos. Na semana passada, Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras, alegando práticas desleais e perseguição política contra Bolsonaro. Nesta quinta-feira (17), o presidente norte-americano divulgou nova carta em apoio ao ex-presidente brasileiro e, nesta sexta (18), voltou a criticar o grupo Brics, ameaçando impor tarifas de 10% sobre produtos de seus países membros.
O cenário reforça a cautela dos investidores e o clima de incerteza econômica em meio às disputas políticas internacionais.