O Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio e a promoção da saúde mental. A iniciativa busca desestigmatizar doenças mentais, incentivar o diálogo sobre questões emocionais e fornecer apoio àqueles que estão em sofrimento psicológico, em especial quem sofre de depressão.
No entanto, a depressão ainda é uma condição cercada de preconceitos e estigmas, algo que acaba prejudicando ainda mais a procura pela ajuda médica e psicológica , explica o psiquiatra Dr. Flávio H. Nascimento.
“A depressão é uma doença e como tal, é necessário um acompanhamento especializado para uma recuperação completa, mas os preconceitos acabam prejudicando a procura do paciente pelo tratamento adequado ”.
Como diferenciar a depressão da tristeza?
“A tristeza é uma emoção normal e passageira, geralmente em resposta a eventos difíceis, e não interfere significativamente na vida diária. Já a depressão, por outro lado, é um transtorno mental duradouro e debilitante, com sintomas como humor deprimido, perda de interesse ou prazer, alterações no sono e apetite, fadiga, dificuldade de concentração, sentimentos de culpa e pensamentos suicidas que estão presentes por pelo menos duas semanas e causa um impacto substancial nas atividades diárias. No entanto, para um diagnóstico adequado,é necessária a avaliação por um profissional de saúde mental”. Explica Dr. Flávio H. Nascimento.
Qual é a causa da depressão?
“Apesar dos grandes avanços que a ciência tem feito em entender melhor as causas da depressão ainda há muito que se descobrir sobre a condição e os múltiplos fatores que a desencadeiam”.
“Umas das principais causas identificadas são alterações químicas no cérebro, principalmente com os neurotransmissores glutamato,dopamina, noradrenalina e serotonina, o que prejudica o equilíbrio emocional, também existem evidências de que a condição possa ser genética (relacionado à neuroplasticidade e BDNF, por exemplo) com modificações nos circuitos cerebrais ” Afirma.
Depressão tem cura?
“A depressão pode ser tratada e devolver a qualidade de vida ao paciente, apesar de existir a possibilidade de que os sintomas retornem, com o acompanhamento periódico, mudanças no estilo de vida e uma série de cuidados inclusos no tratamento, a condição pode ser controlada” Explica Dr. Flávio H. Nascimento.