O burnout é um estado de esgotamento físico, emocional e mental causado pelo estresse crônico no trabalho. Ele gera sintomas como fadiga extrema, irritabilidade, ansiedade e depressão. A sociedade atual, com suas demandas intensas, competitividade e pressão por produtividade, contribui para o surgimento do burnout.
No entanto, uma nova síndrome tem sido descrita, o “BurnOn”, guarda muitas similaridades com o BurnOut, mas pode ser ainda mais perigoso na medida em que normalmente é mais difícil de ser identificado.
O que é BurnOn?
A Síndrome de BurnOn acontece quando alguém confunde amor pelo trabalho com exaustão. A pessoa se sente pressionada a alcançar a perfeição, mesmo que tenha sucesso, e se dedica tanto ao trabalho que não consegue aproveitar outras atividades. Diferentemente do BurnOut, não há um momento claro de colapso, o que torna ainda mais difícil reconhecer o problema.
A síndrome foi descrita inicialmente pelos alemães Timo Schiele, psiquiatra, e Dr. Bert te Wildt, psicoterapeuta, autores de um livro sobre o tema. Segundo Bert te Wildt, a síndrome “Burn On” pode ser vista como uma forma de “depressão mascarada”.
BurnOn antecede o BurnOut
De acordo com a neuropsicóloga Dra. Leninha Wagner, esse estado mais constante e lento, mas igualmente perigoso, o BurnOn, costuma anteceder o colapso total, o Burnout.
“Essa nova descrição dá nome a um momento já conhecido, o período anterior ao Burnout pode durar meses ou até anos com sintomas como exaustão, falta de autoestima, priorização do trabalho, sintomas depressivos, ansiedade e estresse crônico, entre outros”.
“Quando tudo isso chega a níveis insuportáveis, há um momento de colapso em que a pessoa não consegue mais ter rendimento no trabalho ou paz na vida pessoal, então normalmente a pessoa precisa fazer uma pausa, realizar terapia, mudar o estilo de vida, etc., mas quando ela está na fase anterior, o BurnOn, dificilmente ela toma alguma medida, o que é bastante perigoso pois acaba favorecendo o processo e o tornando mais duradouro”, explica a Dra. Leninha Wagner.
A importância da prevenção
A prevenção é muito mais eficaz e menos custosa do que investir em tratamentos quando o problema já está instaurado, por isso, é importante buscar ajuda profissional logo aos primeiros sintomas de exaustão, afirma a Dra. Leninha Wagner.
“É importante estar atento aos primeiros sinais de desequilíbrio entre trabalho e vida pessoal, como exaustão e prejuízos à saúde mental. Reconhecer esses sinais de forma precoce ajuda a buscar ajuda de um profissional e prevenir problemas mais graves no futuro que, muitas vezes, mesmo com tratamentos, deixam sequelas”, afirma.