No Brasil, mais de 30 mil mortes em 2019 foram associadas ao consumo excessivo de sódio, revelando-se um problema de saúde pública. Embora o sódio desempenhe papel crucial no equilíbrio hídrico e na função muscular, de acordo com a médica Patrícia Santiago, a ingestão exacerbada, principalmente através de alimentos industrializados e embutidos, ultrapassa as recomendações da OMS.
O mito do “detox” e aumento de energia através da água com sal é amplamente descartado pela ciência. Patrícia explica que estudos não comprovam eficácia na desintoxicação, uma vez que o corpo humano já possui sistemas eficientes para eliminar toxinas, como fígado, rins, intestino e pele.
Aliado aos malefícios amplamente já conhecidos, a Universidade Denik, na Austrália, conduziu pesquisa sobre a relação entre sal e gordura na dieta. Quanto mais sal possuía nas sopas oferecidas aos voluntários, menos perceptível era a presença de gordura, indicando um possível efeito negativo na percepção alimentar, “O sódio em excesso não apenas eleva a pressão arterial, aumentando o risco de doenças cardíacas, mas também estimula a produção de insulina, podendo contribuir para o acúmulo de gordura”, acrescenta a médica.
Além disso, Santiago destaca que a retenção de líquidos ocasionada por consumir sal em excesso, pode resultar em inchaço nas extremidades.
Embora alguns defendam os benefícios do sal integral, sua ingestão em grandes quantidades ainda assim pode acarretar hipertensão arterial sistêmica, aumentando o risco de infarto, insuficiência cardíaca, AVC, entre outras condições graves, “Além disso, diferente do propagado nas redes sociais, a quantidade presente de minerais no sal rosa e semelhantes, não possui grande significância. Seria necessário consumir muito sal para aproveitar os minerais”, finaliza a especialista.
Divulgar essa “dica” para a população brasileira é ainda mais perigoso, levando em conta que o povo brasileiro consome quase o dobro da quantidade recomendada pela OMS, conforme uma pesquisa da Fiocruz. O apelo é para a redução do consumo de sal, enfatizando a importância de uma dieta equilibrada.
A especialista reforça que manter uma hidratação adequada e uma dieta balanceada, rica em frutas e vegetais, fibras e proteínas (como peixes, leguminosas, ovos e frango) é a chave para o equilíbrio do corpo e a prevenção de problemas de saúde.