Por Erre Castilho
Ibatiba (ES) – Cara, falar sobre “A Cultura do Cancelamento e a Liberdade de Expressão” é mergulhar de cabeça num debate bem complexo e, vou te dizer, cheio de opiniões fortes. Tem gente que jura que o cancelamento é o maior avanço social da nossa geração, enquanto outros acham que é só uma forma disfarçada de censura. O que pega de verdade é essa relação entre o que a gente fala (ou faz) nas redes sociais e as consequências disso. A gente vai discutir, aqui, se essa cultura é uma ferramenta justa ou se estamos indo longe demais.
A tal da Cultura do Cancelamento
A cultura do cancelamento bombou junto com o crescimento das redes sociais. O que antes ficava entre amigos, ou morria no esquecimento, hoje vira tendência nos “trending topics”. Basicamente, se você der uma mancada, fizer um comentário fora de lugar ou cometer algum deslize considerado ofensivo, você está a um passo de ser exposto para o mundo inteiro. E aí, meu amigo, vem o “cancelamento”. A galera começa a boicotar, tirar o apoio, deixar de seguir, e as consequências podem ser pesadas. Não é só questão de perder likes e seguidores, é perder trabalho, contratos, a imagem pública e até mesmo relacionamentos.
Quem já foi cancelado?
Olha, a lista de cancelados é extensa! Artistas, influenciadores, empresários, políticos… todo mundo está no radar. Os motivos variam, mas geralmente envolvem coisas como racismo, machismo, homofobia, ou até opiniões polêmicas sobre temas sensíveis. Por exemplo, alguém que faz um comentário que a internet considera inapropriado já vira alvo. E às vezes, a queda é rápida! Em questão de dias (ou horas!), a pessoa que estava no topo, super famosa e bem-sucedida, pode perder tudo. Isso sem falar nas marcas e empresas que correm pra se desvincular dessas pessoas pra evitar o impacto negativo.
Onde entra a liberdade de expressão nisso tudo?
Agora, aqui é onde o bicho pega: será que o cancelamento fere a liberdade de expressão? Porque, assim, muita gente que é cancelada vira e fala: “Peraí, eu só estava dando minha opinião!”. E, teoricamente, todos nós temos esse direito, né? Mas até onde vai o direito de se expressar e onde começa o limite? Será que a gente deve tolerar qualquer tipo de discurso, mesmo que seja ofensivo? Ou a sociedade tem que colocar um freio em quem passa dos limites? E, convenhamos, será que o cancelamento não virou uma forma disfarçada de censura, onde quem tem uma opinião diferente é silenciado?
Ponto de vista 1: O cancelamento como responsabilidade social
Pra quem defende o cancelamento, o negócio é simples: ele serve pra responsabilizar quem faz ou fala besteira. Não é que o pessoal esteja sendo “perseguido”, mas sim que estão sendo chamados na chincha por comportamentos inaceitáveis. Quer dizer, se alguém é racista, sexista ou homofóbico, por exemplo, essa pessoa deveria ser punida, certo? A sociedade não deve ficar passando pano pra esse tipo de coisa. E, nesse caso, o cancelamento seria uma forma coletiva de mostrar que respeito, igualdade e diversidade são valores inegociáveis. Alguns veem isso como um tipo de justiça social, só que mais rápida e direta.
Ponto de vista 2: O cancelamento é uma censura?
Do outro lado, tem quem ache que o cancelamento é um exagero. Tipo, a pessoa fez uma besteira? Fez. Mas será que todo mundo que erra precisa ser aniquilado publicamente? Pra esses críticos, a cultura do cancelamento não dá espaço pra nuance, pro debate, e muito menos pro perdão. É como se a pessoa cancelada fosse condenada eternamente, sem chance de aprender ou se redimir. E isso cria um problema ainda maior: as pessoas começam a ter medo de falar o que pensam, com receio de serem canceladas. No fim das contas, isso sufoca o diálogo, e aí, ao invés de termos discussões abertas e saudáveis, temos um monte de gente com medo de se expressar.
O preço emocional de ser cancelado
Agora, pensa nas consequências emocionais. Ser cancelado pode não só acabar com a carreira de alguém, mas também destruir a pessoa por dentro. A pressão de ser julgado por milhões de estranhos na internet, as críticas, o isolamento… isso leva a um nível de estresse enorme, sem contar ansiedade e depressão. Tem gente que simplesmente não aguenta. E, pra piorar, não existe muito espaço pra “voltar à sociedade” depois de um cancelamento. Uma vez que a sua reputação é arruinada, como você faz pra se reerguer? Às vezes, não faz. E a galera que cancelou nem tá mais aí, já foi pro próximo alvo, enquanto a pessoa cancelada fica lá, sofrendo as consequências.
Não são só os famosos que sofrem
E nem pense que isso é problema só de famoso, não. Qualquer pessoa pode ser cancelada hoje em dia. Fez um comentário polêmico no Facebook? Tuitei sem pensar? Alguém pode tirar print e, pronto, tá exposto. E isso cria um ambiente de autocensura geral. Tá todo mundo pisando em ovos, evitando temas delicados ou controvérsias pra não correr o risco de ser mal interpretado e acabar sofrendo ataques. Isso afeta o jeito como a gente se comunica, as discussões que temos, e, no fim, até a liberdade de expressão no dia a dia.
Precisamos mudar o cancelamento?
Então, a grande pergunta é: será que precisamos reformar a cultura do cancelamento? Talvez a solução não seja cancelar, mas educar. Sabe, ao invés de cortar a pessoa da sociedade, talvez a gente devesse focar em ensinar e promover diálogos construtivos. Claro que, em alguns casos, o cancelamento é necessário. Tipo, crimes graves, ou preconceitos muito explícitos, é importante que a sociedade reaja. Mas e os casos onde a pessoa só falou algo de forma ignorante, ou sem entender o contexto? Nessas situações, talvez seja melhor criar espaço pra que a pessoa reconheça o erro e aprenda com ele.
O que a cultura do cancelamento realmente significa?
No fim, a cultura do cancelamento é um reflexo poderoso da era digital, mas traz vários desafios. Ela pode ser tanto uma ferramenta de justiça social quanto um risco pra liberdade de expressão e o crescimento pessoal. Encontrar o equilíbrio entre responsabilizar as pessoas por suas ações e, ao mesmo tempo, dar espaço pra evolução e aprendizado, pode ser o grande desafio da nossa geração. Quer dizer, é preciso pensar se queremos uma sociedade que só pune ou uma que também dá espaço para o diálogo e a transformação.
E você, o que acha? Até onde o cancelamento faz sentido e quando ele vira exagero?
(O objetivo desta coluna é abordar os temas de forma leve e descontraída, buscando sempre tornar o conteúdo acessível e agradável. Por isso, a escrita é feita de um jeito popular e direto, com a intenção de facilitar o entendimento e criar uma conexão mais próxima com o leitor. Queremos que você se sinta à vontade enquanto explora os temas que trazemos, como se estivesse em uma conversa entre amigos.)