Com os primeiros jogos da Copa do Mundo do Catar têm surgido vários casos de impactos na cabeça de jogadores, como o caso do goleiro iraniano que quebrou o nariz e sofreu suspeita de concussão após um choque de cabeça com outro jogador e logo após foi liberado para voltar a campo.
O caso chamou bastante atenção, com razão, pela imprudência da equipe da FIFA em permitir que, mesmo com a gravidade da situação do jogador, ele retornasse à partida. A concussão pode causar sintomas como fortes dores de cabeça, desequilíbrio, tontura, amnésia e náuseas que podem persistir em alguns casos, por isso, é fundamental que o tratamento seja realizado logo após a lesão.
As concussões são bastante comuns no futebol e diversos órgãos e organizações esportivas têm se manifestado para regulamentar cuidados com a saúde dos jogadores, no entanto, existem outros perigos que também devem ser considerados, como o aparentemente inofensivo cabeceio.
De acordo com uma pesquisa recente publicada pela revista científica Radiology, jogadores que realizam muitos lances com cabeceio no futebol podem sofrer alterações cerebrais e impactos na cognição comparáveis ao de concussões, mas existem outras causas comuns de lesões cerebrais no futebol, como colisões com outros jogadores, bola, trave, ou até mesmo quedas.
Ao contrário do protocolo seguido pela FIFA no caso do goleiro iraniano, em caso de concussões o jogador deve ser, por questões de precaução, imediatamente retirado da partida e realizar exames de neuroimagem que são fundamentais para analisar o quadro mais a fundo e obter um diagnóstico mais completo, também é importante que sejam realizados os procedimentos médicos para evitar danos maiores à saúde do jogador.
Sobre o Prof. Dr. Fabiano de Abreu
Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA), Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE – Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva. Membro Mensa, Intertel e TNS.