Pesquisadores do Instituto Babraham, em Cambridge, deram um passo surpreendente no campo do envelhecimento celular ao rejuvenescer células da pele de uma mulher de 53 anos, tornando-as equivalentes às de uma jovem de 23 anos.
A descoberta, publicada na revista científica eLife, abre portas para o desenvolvimento de novos tratamentos voltados não apenas para a estética, mas para doenças relacionadas à idade, como diabetes e problemas cardíacos.
A técnica utilizada é baseada em métodos genéticos semelhantes aos que deram origem à ovelha Dolly, há mais de 25 anos. Os cientistas conseguiram reduzir o envelhecimento celular sem transformar as células em células-tronco, como nas tentativas anteriores. O resultado foi uma pele rejuvenescida em nível celular, com maior capacidade de regeneração e recuperação.
Mais que estética, é saúde
De acordo com a cirurgiã plástica e especialista em longevidade, Dra. Elodia Ávila, estudos como esse mostram que o futuro da medicina vai muito além da aparência.
“O envelhecimento saudável não é só uma questão estética, trata-se de preservar funções essenciais do corpo, como a cicatrização, a imunidade e o equilíbrio hormonal. Ter uma pele jovem é também ter uma barreira protetora eficiente contra infecções e lesões”, explica.
Dra. Elodia Ávila ressalta que a expectativa não é reverter o envelhecimento por completo, mas melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem.
“A longevidade saudável é a capacidade de manter autonomia e bem-estar por mais tempo, apesar de incluir a aparência física, não se limita a isso. Estudos como este nos aproximam de uma medicina preventiva e regenerativa, que pode minimizar os impactos do envelhecimento no organismo como um todo”, acrescenta.
Próximos passos
Os cientistas afirmam que a aplicação prática da técnica ainda está distante, pois há riscos associados, como o aumento do potencial cancerígeno, mas o fato de que o rejuvenescimento celular já é possível em laboratório representa um marco científico.
O próximo desafio é adaptar a técnica para outras partes do corpo, como músculos e órgãos internos, e desenvolver métodos mais seguros e aplicáveis clinicamente.
“Estamos caminhando para tratamentos que não apenas maquiam a idade, mas que regeneram tecidos e melhoram a funcionalidade celular. Ainda estamos nos primeiros passos, mas é um campo que certamente mudará a medicina estética e reparadora”, finaliza a Dra. Elodia Ávila.