Vitória (ES) – Há três meses, pacientes em estágio avançado da Doença Renal Crônica (DRC) na Região Metropolitana de Saúde do Espírito Santo passaram a contar com um novo serviço de Terapia Renal Substitutiva (TRS). O atendimento é ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) por meio da contratualização da Clínica Nefrus, em Vila Velha, que disponibiliza 186 vagas para procedimentos como hemodiálise, diálise peritoneal e transplante renal.
Atualmente, 82 pacientes já realizam tratamento na clínica pelo SUS. Entre eles está o aposentado Edsmar Spagnol, de 64 anos, primeiro usuário do serviço. “É um espaço que dá prazer de ir. Ali somos uma família, eles cuidam bem dos pacientes e já entramos com vontade de fazer o tratamento. Quando acaba a sessão, encontro todos com bom humor, de funcionários aos pacientes”, contou.
De acordo com a Secretaria da Saúde (Sesa), a região metropolitana concentra mais de 50% dos pacientes em TRS no Espírito Santo — um total de 1.591 pessoas. No Estado, 2.788 pacientes realizam algum tipo de tratamento renal substitutivo.
O secretário da Saúde, Tyago Hoffmann, ressaltou que a iniciativa integra os esforços de modernização e ampliação da rede pública. “É importante que o paciente faça seu tratamento em um espaço acolhedor e de qualidade. Assim como ampliamos a oferta de TRS na região metropolitana, a Sesa trabalha também para expandir exames, consultas e cirurgias de forma regionalizada, garantindo mais qualidade de vida aos capixabas”, destacou.
O subsecretário de Regulação do Acesso em Saúde, Gleikson Barbosa, reforçou que o novo serviço representa ganho em resolutividade, evitando deslocamentos e reduzindo o tempo de espera. “A clínica Nefrus traz qualidade e estrutura moderna, o que amplia a capacidade assistencial do Estado”, explicou.
Além dos procedimentos dialíticos, a clínica oferece consultas médicas, intervenções cirúrgicas, órteses, próteses e materiais especiais, atendendo a uma ampla demanda.
Cenário da DRC no Espírito Santo
As Doenças Renais Crônicas atingem de forma silenciosa e progressiva a função dos rins. A nefrologista Alice Pignaton Naseri alerta que os principais fatores de risco são hipertensão e diabetes, doenças que precisam ser acompanhadas já na Atenção Básica. “A evolução da doença renal crônica é muitas vezes assintomática, por isso o diagnóstico costuma ser tardio. O ideal é prevenir com hábitos saudáveis e acompanhamento médico”, explicou.
O transplante de rim é considerado o tratamento mais eficaz para pacientes em estágio 5 da DRC. No Espírito Santo, 42 procedimentos foram realizados até 18 de agosto deste ano, e mais de mil pessoas aguardam na fila.