O Festival Manhágua chega à sua segunda edição celebrando o poder da água como fonte de memória, resistência e reconexão. Com o tema “Caminho das Águas”, o evento promove uma mostra gratuita de cinema nos dias 10 e 11 de novembro, no Cine Metrópolis (Ufes), e convida o público de todo o Brasil a participar da votação popular online, disponível até 20 de novembro no site www.manhagua.com.br.
São nove produções audiovisuais, entre documentários, ficções, videoartes e animações que exploram a água não apenas como elemento natural, mas como personagem viva das narrativas. As obras retratam desde memórias ancestrais até histórias de luta e cura, revelando a relação profunda entre comunidades e seus rios.
“A mostra é um convite para mergulhar em diferentes formas de ver e sentir a água. Ela é testemunha da história, da resistência e também da esperança dos povos que vivem em torno dela”, destaca Tania Caju, idealizadora e curadora do Festival Manhágua.
Criado em 2022 sob o nome Festival das Águas do ES, o evento impactou mais de 10 mil pessoas em sua primeira edição e se consolidou como um espaço de encontro entre cinema, arte e meio ambiente.
“Queremos que o público se emocione, reflita e perceba a água como algo que nos atravessa — um elo entre culturas, territórios e gerações. O cinema é uma ferramenta potente para despertar essa consciência”, afirma Tania Caju.
Além da programação no Cine Metrópolis, o público pode assistir gratuitamente aos filmes selecionados na mostra online, disponível até o dia 20 de novembro. O título mais votado receberá o Troféu Voz do Rio, criado especialmente para o festival.
O 2º Festival Manhágua conta com o patrocínio do Grupo Águia Branca, apoio da Reserva Ambiental Águia Branca e do Natureza Eco Lodge, e é uma realização da Caju Produções e da Secretaria Estadual da Cultura (Secult-ES), Governo do Espírito Santo, por meio da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba (LICC).
Confira a programação no Cine Metrópolis – Ufes
Segunda (10/11) e Terça (11/11)
Sessões às 10h e 15h30 – alunos da rede pública de ensino da Grande Vitória
Sessão às 19h – aberta para todos os públicos
- OBS: se houver espaço durante as sessões para alunos, é só entrar e prestigiar os filmes.
F I L M E S S E L E C I O N A D O S
- Maré Grande
De Renata Freitas Machado
Documentário | 19’49’’ | Bahia | 2025
As mulheres marisqueiras deixam nos mangues marcas do seu trabalho, cicatrizes desenhadas nas raízes e nos galhos. Esses cortes, testemunhas silenciosas da coleta de ostras, se tornam um calendário vivo. Para essas mulheres, cada cicatriz é uma memória do tempo que passou, uma contagem das marés grandes, desde a última vez que estiveram ali. Mas não são só os mangues que permanecem marcados. Os braços das marisqueiras, também riscados de cicatrizes, contam a história desse vínculo profundo com o ciclo da vida, onde a maré, o mangue e o corpo se tornam parte de uma mesma narrativa. - A linguagem do meu amor, é uma linguagem oceânica: Carta aberta para minha filha
De Akayá Kapió Puri
Videoarte | 07’36’’ | Maranhão, Pará | 2024 | 10 anos
O filme da artista Akayá Kapió puri partilha as nuances de sua maternidade real, onde em uma carta aberta comunica para sua filha Alice Imperatriz sobre tudo que a atravessa: racismo, preterimento, saudade e busca espiritual, que faz a mãe em muitos momentos não estar disponível emocionalmente.A linguagem do meu amor é uma linguagem oceânica , fala de outras formas de amar e se entregar para os filhos! Fala sobre ser mãe e filha, sobre solidão da mulher negra e pertencimento das águas! - Abandonar a travessia
De Renata Segatto Barboza da Silva
Videoarte | 13’10’’ | Espírito Santo | 2024
Ao assumir o ato de nadar como uma prática ritualística, o artista revisita o mar como um fluido vital, capaz de gerar e regenerar vidas diante da modernidade colonial. Em gestos circulares, ele se desloca até uma ilha, onde constrói uma instalação a céu aberto, partilhada com habitantes visíveis e invisíveis, preservando a memória do território por meio do seu trabalho. - Amaná
De Antonio Fargoni
Ficção | 15’01’’ | Ceará | 2024
Amaná é como água de chuva, vive em luto à procura de um ribeirão. Em sua vida de solitude, encontra Madalena e o caminho para o que lhe é essencial. - Marés da Noite
De Juliana Sada e Noemi Martinelle
Animação | 06’40’’ | São Paulo | 2024
Marés da Noite nos conduz por uma noite de sonhos de Juçara, uma jovem mulher grávida que viveu a tragédia de São Sebastião e lida com as feridas abertas, ao mesmo tempo em que carrega a esperança de uma nova vida dentro de si.
Em seus sonhos, o episódio traumático a visita com frequência mas é também nos sonhos que ela consegue encontrar caminhos para ressignificar o trauma e ter esperança na vida novamente. - O Despertar de Aiyra
De Duda Rodrigues e Juliana Rogge
Animação | 18’20’’ | São Paulo | 2024 | 10 anos
“O Despertar de Aiyra” é um tributo emocionante à cultura e à resiliência dos povos indígenas da Amazônia. É uma lembrança poderosa de que a harmonia com a natureza é vital para a sobrevivência de todos nós. - O Sonho de Anu
De Vanessa Kypá
Ficção | 16’34’’ | Paraíba | 2024
Através da ciência do sonho e guiada pela memória da água, Anu, uma jovem originária do continente africano, refaz os passos dos seus ancestrais pelo território paraibano, lugar onde três reencontros pretendem plantar uma nova memória da presença indígena e negra no imaginário brasileiro. - Reflexos
De Giovanna Janine
Videoarte | 09’14’’ | Pernambuco | 2025
Através de fotografias e lembranças atravessadas pela água, Reflexos percorre a história de uma jovem, explorando sua relação de memória com a família e o ambiente ao seu redor. - Safira o mar e a vida
De Luiz Fonseca
Documentário | 13’38’’ | Rio Grande do Sul | 2025 | 10 anos
O mar e? vivo. O mar surpreende. Foi o que Safira aprendeu desde os 9 anos, ao sair pela primeira vez com o pai para a pesca em alto mar. “Safira, o Mar e a Vida” representa um retalho do cotidiano de uma trabalhadora da pesca artesanal, uma atividade milenar que permanece.














