O Festival do Rio 2025 terminou neste domingo (12/10) com uma emocionante cerimônia de premiação no Cine Odeon. Apresentada por Luisa Arraes e Clayton Nascimento, a noite consagrou a pluralidade do cinema brasileiro, com o Troféu Redentor sendo entregue a filmes que abordam desde a busca por identidade até a celebração da cultura.
A emoção foi o grande destaque da noite, com artistas e produtores celebrando as conquistas de um setor que, segundo o apresentador Clayton Nascimento, se fortaleceu após a pandemia e as crises políticas. “Eu tenho a impressão de que é o maior festival que a gente tem de cinema no Brasil. Isso significa que a nossa área se importa em estar aqui”, declarou, celebrando o momento. A atriz Bruna Linzmeyer, que prestigiou o evento, reforçou que os festivais são um momento de encontro não só com o público, mas também para os próprios profissionais da área.

O grande vencedor da noite foi “Pequenas Criaturas”, que recebeu o Troféu Redentor de Melhor Longa-Metragem de Ficção, Première Brasil. O filme “Ato Noturno” também se destacou, vencendo o prêmio Felix de Melhor Filme Brasileiro, além de Melhor Ator (Gabriel Faryas), Melhor Roteiro (Filipe Matzembacher e Marcio Reolon) e Melhor Fotografia (Luciana Baseggio). Outro grande vencedor foi “Uma em Mil”, que levou o prêmio de Melhor Longa da mostra Novos Rumos.
A atriz Klara Castanho, eleita Melhor Atriz por sua atuação em “#SalveRosa”, falou sobre a importância do evento para a visibilidade de filmes que não chegam a um grande público. “Eu acho que a gente tem a experiência de conhecer filmes que não necessariamente vão ter acesso tão rápido. Tudo no nosso cinema é feito com tanto amor, com tanto empenho, que precisa chegar ao maior número de pessoas possível. Eu sou muito feliz”, disse.
Falas de peso e emoções sinceras
Os discursos de agradecimento foram marcados por fortes emoções e mensagens de empoderamento. Leandra Leal e sua mãe, Ângela Leal, foram homenageadas com o Prêmio Especial do Júri por “Nada a Fazer”. No palco, Leandra definiu o filme como uma declaração de amor à mãe, ao fazer artístico, e a fé pela arte, como transformação. Em um texto lido por sua filha, Ângela Leal celebrou o festival “cheio de diversidade” e incentivou a luta pela cultura, que “vale e valerá sempre, porque essa é uma luta por nós mesmos”.

Alejandro Claveaux, vencedor do prêmio de Melhor Ator Coadjuvante por “Ruas da Glória”, dedicou a honraria a profissionais que, em sua pesquisa, compartilharam histórias de abusos e maus-tratos. Tainá Müller, que venceu Melhor Documentário com “Apolo”, fez um discurso emocionado, dedicando o troféu ao seu filho e “a todas as crianças que vêm ao mundo para iluminar o caminho da esperança”. Ela expressou o sonho de que a diversidade seja “celebrada como uma manifestação legítima, autêntica e poética do universo”.
A cerimônia foi um grande espetáculo de celebração da arte e da cultura. A produtora Luciana Bezerra resumiu o impacto do evento com a história de um taxista que disse a ela que “esse festival movimenta a cidade”, reforçando a importância do evento para a economia local. A coordenadora de programação internacional, Maria Mendes, ainda celebrou o crescimento do festival, que “abriu muitas frentes” com um número recorde de filmes brasileiros.
O Festival do Rio se consolida como uma celebração do cinema, uma plataforma para novas vozes e uma poderosa vitrine da diversidade e do talento do Brasil. A atriz Karine Telles, que já participou do festival como espectadora, resumiu o sentimento de muitos artistas: “Esse ano me parece que o festival está mais cheio, mais vivo. Eu fiquei muito emocionada de ver a cidade movimentada, pessoas correndo de um cinema para o outro, isso é o mais lindo.”
O Festival do Rio se consolida como uma celebração do cinema, uma plataforma para novas vozes e uma poderosa vitrine da diversidade e do talento do Brasil, conforme reforçou o diretor João Borges ao receber o prêmio de Melhor Direção na mostra Novos Rumos por “Espelho Cigano”.

Lista completa dos vencedores 2025:
PREMIÈRE BRASIL: COMPETIÇÃO PRINCIPAL
Melhor Longa-metragem de Ficção
Pequenas Criaturas, de Anne Pinheiro Guimarães
Melhor Longa-Metragem de Ficção: Voto Popular
#SalveRosa, de Susanna Lira
Melhor Direção de Longa-Metragem de Ficção
Rogério Nunes, por Coração das Trevas
Melhor Atriz
Klara Castanho, por #SalveRosa
Melhor Ator
Gabriel Faryas, por Ato Noturno
Melhor Longa-Metragem Documentário
Apolo, de Tainá Müller e Ísis Broken
Melhor Longa-Metragem Documentário: Voto Popular
Cheiro de Diesel, de Natasha Neri e Gizele Martins
Prêmio Especial do Júri
Cheiro de Diesel, de Natasha Neri e Gizele Martins
Melhor Direção de Documentário
Mini Kerti, por Dona Onete – Meu Coração Neste Pedacinho Aqui
Melhor Atriz Coadjuvante
Diva Menner, por Ruas da Glória
Melhor Ator Coadjuvante
Alejandro Claveaux, por Ruas da Glória
Melhor Roteiro
Filipe Matzembacher e Marcio Reolon, por Ato Noturno
Melhor Fotografia
Luciana Baseggio, por Ato Noturno
Melhor Direção de Arte
Claudia Andrade, por Pequenas Criaturas
Melhor Montagem
André Finotti, por Honestino
Melhor Som
Ariel Henrique e Tales Manfrinato, por Love Kills
Melhor Trilha Sonora Original
Plínio Profeta, por Apolo
Melhor Figurino
Renata Russo, por #SalveRosa
Melhor Curta-Metragem (ex aequo)
Sebastiana, de Pedro de Alencar
O Faz-Tudo, de Fábio Leal
PREMIÈRE BRASIL: NOVOS RUMOS
Melhor Longa-Metragem
Uma Em Mil, de Jonatas Rubert e Tiago Rubert
Melhor Longa-Metragem: Júri Popular
A Herança de Narcisa, de Clarissa Appelt e Daniel Dias
Melhor Direção
João Borges, por Espelho Cigano
Melhor Atriz
Ana Flavia Cavalcante e Mawusi Tulani, por Criadas
Melhor Ator
Márcio Vito, por Eu Não Te Ouço
Menção Honrosa de Melhor Atriz
Docy Moreira, por Espelho Cigano
Prêmio Especial do Júri
Nada a Fazer, de Ângela Leal e Leandra Leal
Melhor Curta-Metragem
Ponto Cego, de Luciana Vieira e Marcel Beltrán
Menção Honrosa
Os Arcos Dourados de Olinda, de Douglas Henrique
PRÊMIO FELIX
Melhor Filme Brasileiro
Ato Noturno, de Marcio Reolon e Filipe Matzembacher
Melhor Filme Internacional
A Sapatona Galáctica (Lesbian Space Princess), de Leela Varghese e Emma Hough Hobb
Melhor Documentário
Copacabana, 4 de Maio, de Allan Ribeiro
Prêmio Especial do Júri
Me Ame Com Ternura (Love Me Tender), de Anna Cazenave Cambe