Nos faz bem acreditar na pureza das coisas. Por isso amamos as crianças. Quanto menores, mais puras, menos maldade. Mas como podemos almejar a pureza na vida adulta? Com tantos interesses?
Quando focamos no que vamos ganhar com a ajuda que oferecemos, estamos continuamente nos perdendo da pureza que podemos ver nas crianças.
Se há interesse de ganho no ato da ajuda, por menor que seja, existe egoísmo e já não há mais a intenção genuína de ajudar sem o desejo da troca.
Acreditar na pureza já denota uma vontade de querer mantê-la. O problema é que fantasiamos aquilo que pensamos ser bom e belo, e nos perdemos na ânsia da nossa existência, que nos inclina a lutar para sobreviver.
O egoísmo intrínseco
A essência que nos motiva a ação já é de cunho egoísta, já que sobreviver, é manter a sua vida a qualquer custo. Ainda que em detrimento da do outro.
Pois na vida a semântica está como o equilíbrio.
E se a prioridade é a própria sobrevivência, então, em verdade, somos egoístas. Mas na dúvida sobre a história do pavão de Darwin, se a sua beza serve apenas para chamar a atenção de um parceiro e reproduzir, novamente é pensar apenas em si.
Pois as vontades são nossas, a vida que conheci é minha, logo, não sinto o que o outro sente, então só posso pensar no que reconheço, naquilo que diz respeito à mim, meus interesses e minhas conquistas.
Como mencionado, na semântica o que carrega sentido e significado para mim. Mas também como condição de vida, o equilíbrio, é o fiel da balança, ele que controla, ele que pré determina minhas escolhas, com foco nos melhores resultados para minha vida.
O tamanho da minha existência, está no alcance da minha reputação e sucesso. O egoísmo que fere ultrapassa a homeostase e causa um desequilíbrio social e pessoal.
Portanto, só nos resta seguir, medindo e reconhecendo o limite, para não ferir nem sair demasiadamente ferido das batalhas diárias, para encontrar o real valor do tesouro perdido junto com a infância: a pureza, a ingenuidade e a inocência.
Devemos manter a memória destas características, para resguardar a si e os outros dos excesso de realidade com o empenho selvagem e desumano de alcançar objetivos a todo custo e com o risco da perda do que nos mantém a qualidade de Ser Humano.
Solidariedade e compaixão mesmo diante da competição inerente ao ser humano é o que faz a humanidade evoluir. Porém, quando focamos no que vamos ganhar com a ajuda que oferecemos, estamos continuamente nos perdendo da pureza que podemos ver nas crianças.