O conflito atual entre o Hamas e Israel não apenas levanta questões de legitimidade, mas também expõe uma série de desafios e implicações de alcance global: Para o filósofo e sociólogo Luiz Felipe Gonçalves de Carvalho, há diversos pontos importantes para serem entendidos.
- Transformação do Terrorismo: O Hamas, por meio de sua campanha, transcendeu o papel de uma organização não-estatal convencional. Sua abordagem militar e táticas de guerra redefinem o conceito de terrorismo, conferindo-lhe status de potência bélica. Isso desafia a estabilidade global.
- Mudança nas Dinâmicas Regionais: A instabilidade no Oriente Médio, que costumava ser moldada por grandes potências durante a Guerra Fria, agora escapa de seu controle. Israel enfrenta desafios em meio a uma configuração geopolítica em evolução, enfraquecendo suas alianças históricas.
- Novas Forças Geopolíticas: A recente cooperação entre a Rússia e a China no Mar Negro ilustra uma nova configuração de forças geopolíticas. A rejeição de resoluções da ONU e questionamentos sobre o papel da instituição evidenciam um panorama geopolítico em transformação.
- Religião e Política: A questão religiosa desempenha um papel significativo no conflito. Israel é um “Estado Judeu e Democrático,” enquanto a Palestina tem raízes islâmicas profundas. Isso destaca a necessidade de equilibrar a diversidade religiosa com políticas públicas e valores laicos.
- Polarização na Era Digital: O mundo digital intensifica a propagação de narrativas polarizadas. Se valendo dessa estratégia de criar inimigos para se legitimar, seguindo a ideia de Carl Schmitt. Algoritmos da internet amplificam essa polarização, exigindo um debate sobre como preservar a diversidade e o respeito às opiniões em sociedades digitais.
O conflito Hamas/Israel vai além das fronteiras regionais, influenciando a política global e os desafios contemporâneos relacionados à segurança, geopolítica e comunicação.