Vitória (ES) – A Secretaria da Saúde do Espírito Santo (Sesa) apresentou, nesta segunda-feira (11), os resultados finais da investigação epidemiológica e laboratorial sobre o surto de síndrome respiratória registrado no Hospital Santa Rita, em Vitória. O anúncio foi feito pelo secretário de Estado da Saúde, Tyago Hoffmann, ao lado do subsecretário de Vigilância em Saúde, Orlei do Amaral Cardoso, e do diretor do Lacen/ES, Rodrigo Rodrigues.
Os estudos realizados pelo Lacen/ES, com apoio da Fiocruz e outras instituições, confirmaram transmissão ativa do fungo Histoplasma capsulatum, responsável pelos casos de histoplasmose registrados entre pacientes e profissionais. Exames avançados, incluindo sorologia do tipo Western Blot, apontaram 32 casos confirmados e quatro casos de soroconversão.
A investigação também identificou a presença da bactéria Burkholderia cepacia em uma amostra de água de bebedouro da unidade hospitalar e em análises metagenômicas de duas profissionais de saúde. O microrganismo é conhecido por causar infecções em ambientes hospitalares, especialmente entre pessoas com imunidade comprometida.
Segundo Hoffmann, o trabalho teve rigor técnico e total transparência. “A resposta rápida foi possível graças ao esforço integrado das equipes de vigilância, assistência e laboratório”, afirmou.
O subsecretário Orlei Cardoso destacou que o monitoramento contínuo e o acompanhamento dos casos foram determinantes para conter o surto. Já o diretor do Lacen/ES ressaltou que diversos métodos foram empregados, como RT-qPCR ampliado, culturas fúngicas e bacterianas, testes moleculares e sequenciamento por metagenômica. “Utilizamos todo o arsenal tecnológico disponível no país”, disse.
Investigações administrativas continuam
Com a etapa epidemiológica finalizada, seguem as investigações administrativas conduzidas pela Subsecretaria de Vigilância em Saúde. O objetivo é esclarecer como os patógenos entraram no ambiente hospitalar e identificar possíveis falhas estruturais ou operacionais que contribuíram para sua propagação.
Nos próximos 60 dias, novas coletas de água, análises ambientais e exames sorológicos complementarão a apuração. “A transparência continuará sendo nossa marca. Todas as medidas necessárias serão adotadas para garantir segurança assistencial e prevenir novos episódios”, concluiu Hoffmann.








